Imagine um ano pior que o ano de 2020. Sim aconteceu! O ano de 536 ficou conhecido historicamente como a “Era da Trevas”, período marcado por enorme deterioração demográfica e econômica da Europa dos séculos V e IX.
No início de 536 d.C. uma misteriosa névoa cobriu a Europa, o Oriente Médio e parte da Ásia. O sol perdeu o brilho e a temperatura dessas regiões caiu.
O ano de 536 ficou conhecido historicamente como a “Era da Trevas”, período marcado por enorme deterioração demográfica e econômica da Europa dos séculos V e IX. Para eles, esse cenário sombrio transforma a agonia vivida com o coronavírus em 2020 e ainda em 2021 em uma mera sombra.
Michael McCormick, professor de história de Harvard, passou anos estudando e documentando as catástrofes mais devastadoras da Europa.
Depois de estudar 20 séculos de calamidades na Europa o historiador concluiu, em artigo na revista acadêmica Science, que o ano 536 d.C "foi o começo de um dos piores períodos, senão o pior" para se estar vivo.
Naquele ano, uma misteriosa névoa cobriu Europa, Oriente Médio e partes da Ásia por 18 meses. O sol perdeu a intensidade do brilho e as temperaturas caíram de 2,5 a 1,5 graus, iniciando a década mais fria.
A China chegou a ver neve em pleno verão, as colheitas agrícolas de vários países europeus e asiáticos não deram frutos e a fome afetou boa parte da população durante um longo período. Os historiadores há anos denominam a primeira metade do século 6 como a "época obscura", mas a origem desse período de "treva" foi, por muito tempo, um mistério.
As nuvens negras que cobriram parte do hemisfério norte eram, na realidade, cinzas procedentes de uma enorme erupção vulcânica ocorrida na Islândia.
Depois de uma uma análise mais precisa do interior de uma geleira suíça, a equipe coordenada por McCormick e o especialista em geleiras Paul Mayewski. Apontaram que as erupções provocaram aumento do nível de acetato de chumbo no ar.
Após o ano de 536, se seguiram outras gigantes erupções, em 540 e 547. O historiador de Harvard acredita que isso, foi o cenário perfeito para a disseminação da peste bubônica, quando grandes grupos de famintos decidiram migrar para outras regiões, levando com eles a doença transmitida pelos ratos, em 541, provocou uma paralisia econômica no continente até 640 d.C.
De 535 a 536, houve uma série de eventos climáticos que poderiam ser facilmente descritos como um cataclismo global com consequências catastróficas. “Todos os dias, [o sol] brilhou por cerca de quatro horas, e ainda assim essa luz era apenas uma sombra fraca. Todos declararam que o sol nunca mais recuperaria sua plena luz”,
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