A Tragédia Com a Seleção da Zâmbia

A seleção da Zâmbia, também conhecida como Chipolopolo disputava as eliminatórias para a copa de 1994. Na sua primeira partida da fase final, a Zâmbia iria enfrentar o Senegal fora de casa em Dakar. Um ultrapassado avião da Força Aérea da Zâmbia levaria a delegação de 30 pessoas, 18 destes jogadores, até Senegal. A aeronave militar era de 1975,  de modelo De Havilland Canada DHC-5D Buffalo (prefixo AF-319) possuía um histórico de falhas mecânicas, apresentou defeitos nos voos de teste entre 22 e 26 de abril e mesmo assim foi autorizada a voar uma distância aproximada de 6 mil quilômetros.

No dia 27 de abril de 1993, a viagem com destino marcado: Dacar, no Senegal - com paradas em Brazzaville, no Congo, Libreville, no Gabão, e Abidjan, na Costa do Marfim.
Em Brazzaville, um dos motores do avião começou a dar os primeiros problemas de funcionamento, mas a tripulação seguiu viagem. A poucos minutos da chegada a Libreville, ocorreu um incêndio no motor esquerdo, logo controlado. O motor direito parou de funcionar e a aeronave perdeu altitude, caindo a 500 metros da capital gabonesa matado todos os 25 passageiros (destes, 18 jogadores da Seleção Zambiana de Futebol) e os cinco tripulantes.
A última foto da Seleção Zambiana

Os Sobreviventes 
Kalusha Bwalya – o craque da partida contra a Itália – não estava entre as vítimas. Como o atleta jogava na Holanda, iria pegar um voo direto para Dakar. Outros dois importantes jogadores não estavam no voo fatal: Charles Musonda, jogador que atuava no futebol belga e estava lesionado e Bennett Mulwanda Simfukwe, que estava na lista da embarque do voo para Senegal, mas foi retirado de última hora por não ter conseguido autorização de seu time para a viagem. A partida contra Senegal, obviamente, também foi cancelada.

As Investigações 
Uma campanha para que as investigações do acidente fossem realizadas foi criada na década de 2000. Em novembro de 2003, o governo gabonês criou um relatório preliminar sobre as causas da tragédia, entretanto, familiares das vítimas pressionaram o governo da Zâmbia para que fizessem um relatório sobre como o avião deixou o país.
Uma notícia publicada em 2003 atribuiu o acidente a um erro do piloto em manejar uma luz de advertência com problemas e também ao cansaço dele.
Os 18 jogadores e os integrantes da comissão técnica da Seleção Zambiana foram enterrados no local conhecidos como "Heroes Acre", situado em frente ao Independence Stadium.

O Recomeço 
Liderada por Bwalya, a Zâmbia, que antes do acidente brigava com o Marrocos pela última vaga africana para a Copa de 1994 (perdeu por 1 a 0 em Casablanca, gol de Abdeslam Laghrissi), disputou a Copa Africana de Nações de 1994 com um time esfacelado,  Apesar das limitações, os Chipolopolo alcançaram a final, disputada contra a Nigéria. Mas perderam de virada por 2 a 1. 

Em fevereiro de 2012, 18 anos após a tragédia, a Zâmbia disputaria sua segunda final de Copa Africana de Nações, desta vez com a Costa do Marfim, A partida terminaria empatada sem gols, tanto no tempo normal quanto na prorrogação.
Na decisão por pênaltis, Coube ao zagueiro Stophira Sunzu acertar a última penalidade e dar o primeiro título da CAN à Zâmbia. Os atletas dedicaram o triunfo às vítimas do acidente aéreo de 1993.


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